Ford diz que maior problema dos BEVs são as baterias; e investe US$ 4,5 bilhões em parceira
Ford considera que maior problema dos carros elétricos continua a ser as baterias e confirma investimentos de US$ 4,5 bilhões para fazer componentes mais baratos
A Ford confirmou que ainda considera que os maiores
problemas dos carros elétricos continuam a ser as baterias. Não só pelo custo
de produção e o valor do componente no preço final de um carro elétrico, mas parte
dos consumidores também considera um outro fator: o fenômeno que é chamado de
ansiedade de autonomia, que é quando o carro está com bateria baixa e não tem onde
carrega-lo. Jim Farley, CEO da Ford, ainda confirmou que existem outros
fatores: as cadeias de fornecimento de materiais.
O executivo máximo da Ford destacou em entrevista ao Yahoo Finance Live que os materiais para a produção de baterias no Ford BlueOval City
podem enfrentar problemas no futuro por conta da aquisição de matérias-primas. "Antes
de tudo, as baterias são a restrição aqui, não será o local de fabricação atrás
de mim. Nas baterias de lítio-íon que usamos, tanto o lítio-íon quanto o níquel
são realmente as principais restrições. Normalmente as recebemos de todo o
mundo - América do Sul, África, Indonésia, sudeste da Ásia. Queremos localizar
isso na América do Norte, não apenas a mineração, mas o processamento dos
materiais", destaca.
Farley ainda comenta que grande parte dos materiais mineiras
nos Estados Unidos são enviados para a China e, partir de lá, são processados e
retornam para a produção de veículos elétricos nos EUA – o que aumenta o custo
de produção de uma bateria. "A grande mudança será toda essa capacidade de
processamento em terra, mas também a mineração de volta aos EUA. Será um
trabalho enorme, assim como foi feito para os semicondutores", observou
Farley. O executivo ainda acredita que essa seja uma das dificuldades que os demais
mercados precisam se preocupar, aumentando a infraestrutura da produção também.
Por mais que os materiais sejam minerados em outras regiões,
tudo é enviado para a China para ser processado. Para diminuir o custo de
produção das baterias, a Ford assinou um acordo com parceiros para estabelecer a
instalação de um processamento de níquel no valor de US$ 4,5 bilhões na
Indonésia, em parceria com PT Vale Indonesia Tbk e a Zhejiang Huayou Cobalt Co. Lá, o material será crucial para a eletrificação e o desenvolvimento
de baterias com esse material. Atualmente, a Indonésia é um dos países com
maior reserva de níquel no mundo, de acordo com informações da Agência Reuters.
O acordo de fornecimento de componentes ainda deve ser assinado.
“Essa estrutura dá à Ford controle direto para obter o níquel que precisamos –
de uma das formas de menor custo do setor – e nos permite garantir que o níquel
seja extraído de acordo com as metas de sustentabilidade da nossa empresa,
definindo os padrões ESG corretos à medida que crescemos. Trabalhar desta forma
coloca a Ford em posição de ajudar a tornar os VEs mais acessíveis para milhões
de pessoas, e de fazê-lo de uma forma que ajude a proteger melhor as pessoas e
o planeta.”, disse Lisa Drake, Vice-Presidente de Industrialização de Ford
Model e.
Fotos: Ford / divulgação
Comentários
Postar um comentário