Retrômobilismo#65: De modelo de transporte de pessoas a transporte de cargas, Fiat Fiorino é guerreira de 30 anos!


Pode até parecer que não, mas a Fiorino já tem mais de 30 anos no mercado brasileiro. Lançada em 1980, o furgão italiano chegou ao mercado com grande variedade de versões, nunca vistas na época no país. Na época, o Fiorino tinha a opção de carga, o furgão, todo fechado, a versão com teto após a cabine bem mais alto, o passageiros, chamado de Settegiorni tinha bancos traseiros que rebatiam quando se precisasse carregar mais objetos do que pessoas, finalizando com o Vetrato, que era envidraçado, com amplos vidros na parte traseira, como o anterior, mas sem os bancos, deixava à mostra a carga. Além destes, tinha a versão Combinato, com bancos laterais. Servia como modelo de passeio e quando preciso poderia se tornar um carro de serviço, tornando-se "mãe" das futuras Multivans e suas versões cargo, como Doblò, Kangoo, Partner, Berlingo entre outros.


Oriundo da família 147, a Fiorino tinha suspensão e molas reforçadas para aguentar o tranco. A versão de passageiros, tinha como destaque um porta-malas logo acima do teto, antes da elevação do furgão, na parte preta, tinha "design" favorável a aerodinâmica, levava poucas bagagens. Tinha motor 1.3, que era desenvolvido a partir do 1.05 (mediante aumento do curso dos pistões), produzia 61cv brutos a 5.400rpm, com câmbio manual de 4 velocidades. Em 1983 a Fiat dava um leve tapa no visual do Fiorino. Tinha o capô mais inclinado, faróis que passavam a ser retangulares e a grade ganhava uma leve inclinação, luzes de direção estavam agora nas extremidades, junto das lanternas, por isso metade era na cor âmbar e metade incolor, novos para-choques de polipropileno.


Para se manter atual, a Fiat lançava em 1985 mais um face-lift do Fiorino, mudança que chegava atrasada a gama do furgão. Produzida em Betim (MG), a Fiorino ganhava a mesma frente do 147 Spazio, que tinha faróis maiores, largas molduras de poliuretano e repetidores de luzes de direção nos para-lamas. Na parte mecânica ele vinha apenas com motor 1.3 com câmbio manual, agora de 5 velocidades. Mas foi em Agosto de 1988 que uma das maiores mudanças do Fiorino chegava. Ele deixava de ser da família do 147 e passava a ser do Uno, no qual vive até os dias de hoje. A nova geração do Fiorino podia levar 2.700 litros no furgão, com peso máximo de 540kg, números bem maiores que a primeira geração. O motor era o 1.297cm³, ou seja, o 1.3 a gasolina que rendia 58,2cv de potência e torque de 10mkgf com gasolina e a álcool rendia 59,7cv de força e torque de 10mkgf, sempre com câmbio manual de 5 velocidades.


O visual era bem mais bonito, que trazia o novo visual do Uno, lançado em 1984 no Brasil. Em 1989 recebia a opção mais forte, com motor 1.5 do Prêmio, que rendia 82cv de potência e 12,9kgfm de torque, também com câmbio manual de 5 velocidades. Em 1991 o Fiorino ganhava um face-lift, que ficou conhecida por "frente baixa", graças aos faróis mais afilados, saindo de cena o "frente alta", com faróis maiores. Basicamente apenas novos faróis, grade dianteira e para-choque dianteiro. Em 1994, o furgão Fiorino ganhava maior distância entre eixos e suspensão traseira de eixo rígido com feixes de molas longitudinais, deixando no passado a McPherson do Uno e suas limitações no transporte de carga. Além disso, dispensava alinhamento das rodas de trás e surgia também a opção do motor 1.0 de 56cv, sem muito sucesso.


Em 1997 ganhava catalisador e o motor 1.0 passava a render 57cv de potência, 1cv a mais. A versão 1.3 deixava de existir e ficava apenas o 1.0 e o 1.5. O motor 1.5, aliás, era o mesmo do Palio e rendia 76cv de potência com injeção multiponto. Em 2004 a Fiorino passava pelas mesmas mudanças do Uno Mille ao ganhar nova dianteira com novos faróis, grade, para-choque dianteiro e traseiro, lanternas renovadas. Saíam de linha os motores 1.0 e 1.5 e voltava o motor 1.3 8v, agora Flex rendia 75/73cv de potência, ainda insuficientes ao modelo, seguiu vendendo bem no mercado apenas por ser a única opção, ter nome e ser barata de comprar e manter, uma receita fácil mas que não duraria para sempre, pois o mercado mudou nos últimos anos.


Em 2012 o mercado já sabia quem em 2014 todos os carros zero quilômetros deveriam ter ABS e Airbag Duplo obrigatório, fazendo alguns modelos saírem de linha. Foi então que em Dezembro de 2013, nos 45 minutos do segundo tempo a Fiat lançou a terceira geração do Fiorino, baseada no novo Uno, lançado em 2010. A Fiat brasileira anunciou o novo Fiorino, que leva até 650kg de carga, trouxe elementos reformulados da suspensão traseira da Fiat Strada, tornando o Fiorino uma boa opção ao mercado brasileiro. Na nova geração, a motorização única mudou novamente, tornando-se o 1.4 EVO Flex mais novo, mas ainda insuficiente ao Fiorino, que poderia ganhar também, a opção 1.6 16v Flex. O 1.4 8v EVO rende 88/85cv de potência, sempre com câmbio manual. A Fiorino é uma legítima guerreira ao trazer nestes 34 anos de carreira, muitas histórias espalhadas pelo país.



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