CAuto #59: do "Sonhar, mais um sonho impossível" para um possível "Chegaste" - a Opel vem ao Brasil?


A aquisição da Opel pela PSA mexeu com a emoção de muita gente no mundo. Não só pelo fato da marca alemã deixar o grupo General Motors junto com sua "submarca inglesa" Vauxhall, mas por um sentimento: ansiedade. A Opel é o desejo de muitos mercados onde já marcou presença, não como Opel, mas como Chevrolet, ou Holden, por exemplo. Em alguns desses países, Brasil e Austrália, onde a Opel vendeu automóveis com outro logo (no caso Chevrolet no Brasil e Holden na Austrália). Aqui a marca criou uma legião de fãs quando começou a viver a "época de ouro" da Chevrolet, que chegou ao seu auge nos anos 90 e o início dos anos 2000 com a chegada de modelos como Astra, Corsa, Vectra, Calibra, Tigra, Zafira, Omega, Meriva, entre outros. Todos vendidos como Opel na Europa e que já tinha dado início a essa fase com Opala e Chevette nos anos 60 e 70, mas que ganharam intensidade quando o mercado automotivo brasileiro se abriu para modelos importados e era preciso inovar. Na época (meados de 1994), Astra e Corsa chamavam atenção pelo seu design moderno frente a concorrência, que na sua maioria, ainda com influência dos anos 80. Mas foi o Vectra, lançado em sua segunda geração em 1996, que se tornou um divisor de águas no quesito design com o tão aclamado retrovisor externo que se "ligava" às linhas do capô. Porém desde a crise de 2008, a Chevrolet do Brasil começou a desenvolver modelos próprios, substituindo os modelos da Opel. O Corsa foi substituído pelo Onix, o Astra Hatch/Sedan por Sonic Hatch/Sonic Sedan e Cobalt, o Vectra pelo Cruze e Meriva e Zafira deram adeus para abrir caminho para a Spin. Era o fim de uma era.


Bateu a saudade. Na Europa, a Opel foi apresentando novas gerações, dando continuidade a nomes tão famosos no Brasil, partindo vários dos nossos corações. Mas desde os primeiros boatos de que a GM estaria negociando sua venda, muita gente já começou a pensar adiante. "A nova dona vai expandir mercado?"; "A Opel não será mais da GM?"; "Vem pro Brasil, finalmente?". As dúvidas eram muitas. No fim, a Opel-Vauxhall foi vendida para a PSA por US$2,3 bilhões mas não se sabia quais restrições a GM tinha dado quando vendeu as marcas. Com muito potencial fora da Europa, a Opel não poderia lançar modelos na China que concorressem diretamente com automóveis da Chevrolet, era o que se sabia. Isso fez com que ideias surgissem para que sim, a Opel se expandirá. A verdade é dura, mas ainda esse não é o momento. Nesses primeiros anos, a PSA quer fazer com que a Opel-Vauxhall colha seus primeiros lucros (inexistentes desde 1999 e uma das razões para a GM decidir vendê-la). A meta é que até 2020 a Opel fique no azul e logo em seguida o grupo francês vai pensar na possibilidade de ir a outros mercados. Sabemos até as últimas notícias que o Brasil é cogitado, mas nada confirmado. Atualmente a PSA tem duas fábricas na América do Sul: uma em El Palomar, na Argentina (que recebeu pesado investimento para produzir automóveis com a plataforma CMF enquanto a fábrica de Porto Real (RJ) tem destino incerto, mas quase certeza venha a produzir automóveis com a plataforma CMF ou EMP2. Logo, não duvidaríamos que dentro de cinco a dez anos a Opel venha ao nosso mercado e até mesmo produza automóveis no Brasil/Argentina usando as mesmas plataformas modulares do grupo PSA. Será que finalmente, depois de tanto ouvirmos a música, "Sonhar, mais um sonho impossível" de Maria Bethânia, poderemos cantar no futuro a música "Chegaste", de Roberto Carlos? Ansiosos desde já! Vem, Opel!


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