Ford perdeu US$12 bilhões em oito anos no Brasil e perdia R$10 mil a cada carro vendido
A Ford revelou o motivo do fechamento de suas fábricas no
Brasil. Anunciado em 11 de janeiro de 2021, fechando as unidades de Camaçari,
na Bahia, e Taubaté, em São Paulo, a Ford disse que perdeu US$12 bilhões no
Brasil desde 2011, quando passou a operar no vermelho. Apesar de ser uma marca
de volume, 85% das vendas da Ford eram de modelos compactos, de baixo lucro
para a montadora. De acordo com a marca, foram gastos US$11,6 bilhões na
operação brasileira, sendo que apenas US$4,1 bilhões foram gastos com o
fechamento das fábricas no país, com fechamento da fábrica, indenizações
trabalhistas, desligamento de maquinários e rompimento de contratos com
fornecedores e outros custos. Os R$61 bilhões de prejuízos que a Ford teve em
nosso mercado ainda foi motivo por alguns anos onde a marca esteve no
ostracismo com erros estratégicos, Custo Brasil e injeção de dinheiro que não
chegou a dar tanto retorno para a marca. Mesmo tendo conseguido US$2,6 bilhões
em incentivos fiscais desde 2011, isso representa apenas 1/3 do prejuízo da
marca que foi poupado. Entre março de 2018 a janeiro de 2021, a Ford Brasil
recebeu da matriz norte-americana um total de US$1,3 bilhão, conforme registros
de arquivos corporativos. Mesmo com os US$3,9 bilhões de incentivos e do
investimento da matriz, a Ford ainda perdeu US$7,5 bilhões no país em apenas
dez anos. Era como perder quase US$1 bilhão por ano (US$750 milhões de
prejuízos anuais). A marca chegava a perder R$10.000 para cada carro vendido no
país nos últimos oito anos. O Custo Brasil também foi levantado como um dos
problemas. Com o país com uma capacidade de produzir cerca de 5 milhões de
unidades ao ano luta para vender metade desse valor, faz com que as fábricas
possam estar sempre em ociosidade – o que também tem seu custo. Fora a crise
interna do Brasil nos últimos anos, que derrubou nossas vendas (caímos de 4º
maior mercado para 7º) e a pandemia foi apenas a pá de cal para a operação
nacional da Ford. De acordo com Lyle Watters, ex-Chefe da Ford para a América
do Sul, destacou para a Agência Reuters que o "ambiente econômico
desfavorável, menor demanda de veículos (e) maior capacidade ociosa da
indústria". Agora, a Ford confirmou que deve se tornar uma empresa
importada, com modelos que virão da Argentina, México, China, Estados Unidos e
Canadá.
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