Debandada: Toyota, Mazda, Nissan, Volkswagen, Hyundai, Kia, Ford e Mercedes-Benz saem da Rússia

Marcas deixam de produzir no país por conta da falta de peças causadas pela Guerra entre Ucrânia e Rússia; seis empresas deixam fábrica inoperantes



A debandada da Rússia é real. Depois da Renault e de mais algumas marcas, Toyota, Mazda, Nissan, Volkswagen, Hyundai, Kia, Ford e Mercedes-Benz deixaram de produzir automóveis no mercado russo. O motivo são os embargos no país do leste europeu, assim como também a própria Guerra da Ucrânia e Rússia, com a invasão dos russos no território ucraniano, que começou há quase um ano. Desde então, o mercado russo caiu mais de 70% nas vendas e poucas marcas restarão aos consumidores.

A Toyota confirmou que venderá a sua fábrica de São Petersburgo, na Rússia. A japonesa confirmou que não tem como sustentar uma fábrica que não produz e vai vender a sua unidade, mantendo apenas a linha de carros importados. A marca ainda confirmou que os funcionários que trabalhavam na unidade serão realocados para outras empresas, recebendo treinamentos e "suporte financeiro além das obrigações legais.". A fábrica foi inaugurada por lá em 2005, mas só em 2007 começou a produzir com o Camry e em 2016 passou a fazer também o RAV4.

Já a Mazda confirmou que deixará de produzir na Rússia em parceria com a Sollers, empresa que produz automóveis no mercado russo. A japonesa queria vender sua parceria na joint-venture com a empresa, que começou a produzir automóveis em 2012 na cidade de Vladivostok. Por lá, a marca produzia CX-5 e Mazda6. “A Sollers Auto já desenvolveu um plano para relançar a fábrica para a produção de outras marcas de automóveis e as negociações sobre esse assunto estão sendo finalizadas”, confirmou a Sollers em comunicado. De acordo com informações, a Mazda vendeu sua participação de 50% com a Sollers por apenas 1 euro.

Já a Nissan confirmou que venderá a sua fábrica de São Petersburgo para o governo russo, com a chance de readquirir a unidade em seis anos. A venda será, especificamente, para a NAMI, o Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento Automobilístico e de Motores. Além da fábrica, a Nissan abre mão do Centro de Vendas e Marketing, que possui em Moscou. A fábrica de São Petersburgo produzia carros desde 2009 e produzia modelos como Qashqai, X-Trail e Murano. "Em nome da Nissan, agradeço a nossos colegas russos por sua contribuição para o negócio durante muitos anos. Embora não possamos continuar operando no mercado, encontramos a melhor solução possível para apoiar nosso pessoal", disse o CEO da Nissan, Makoto Uchida.



Já a Volkswagen confirmou que também venderá a sua fábrica em Kaluga. De acordo com o Frankfurter Allgemeine Zeitung, a Volkswagen vai se livrar da sua fábrica e disse que a continuidade no mercado russo diminui a cada dia que o conflito se estende. Segundo fontes ao jornal, “a cada estágio de escalada, a probabilidade de podermos produzir lá novamente em um futuro previsível diminui”. Fundada em 2009, a unidade de Kaluga produzia Volkswagen Tiguan e Skoda Octavia. Além desta, a Volkswagen encerrou as opções em Nizhny Novgorod, outra fábrica do grupo.

A Kia também confirmou sua saída da Rússia. A marca produzia automóveis como o Rio russo, deferente do modelo global. E a Kia é uma marca importante na Rússia, sendo vice-líder de vendas nos últimos anos, atrás apenas da Lada. "Se você me perguntar um fator negativo para as vendas, eu diria que a volatilidade na Rússia pode acelerar no próximo ano e o próprio mercado automobilístico pode fechar completamente por um tempo. Podemos considerar fazer apenas um negócio de pós-serviço, porque basicamente não podemos fornecer carros lá.", disse Woo-Jeong Joo, Vice-Presidente Executivo da Kia, durante uma teleconferência de resultados.

A Ford também confirmou sua saída do mercado russo. A marca também tinha uma parceria com a Sollers e detinha 49% da joint-venture com a empresa. Depois de meses de indecisão, a Ford também decidiu deixar o mercado. “Nós da Ford estamos profundamente preocupados com a invasão da Ucrânia pela Rússia e com a segurança do povo ucraniano. Com efeito imediato, a Ford está suspendendo nossas operações limitadas na Rússia e tomando medidas para apoiar o Global Giving Ukraine Relief Fund.”, escreveu o CEO da Ford, Jim Farley, no início do conflito. A joint-venture com a Sollers produziu modelos como Focus, Mondeo, EcoSport, Fiesta e Explorer no país, além da Transit.

Por fim, a Mercedes-Benz confirmou sua saída no mercado. A confirmação aconteceu na divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022. Por lá, a fábrica que tinha será vendida para a Avtodom, empresa russa que atua no mercado automotivo. "As principais prioridades ao concordar com os termos da transação foram maximizar o cumprimento das obrigações com os clientes da Rússia, tanto em termos de serviços pós-venda quanto em termos de serviços financeiros, bem como preservar os empregos dos funcionários nas divisões russas da empresa", disse Natalia Koroleva, CEO da Mercedes-Benz Rússia, em um comunicado ao Automotive News.





Quem também abandonou a sua linha fabril na Rússia foi a Hyundai. A sul-coreana quer vender a sua fábrica de São Petersburgo, em território russo. Desde março do ano passado, a Hyundai retirou todos os carros na linha de produção, assim como os 1.500 carros do pátio foram esvaziados. Até mesmo modelos inacabados também foram retirados do local e provavelmente destruídos. A fábrica produzia modelos como Solaris e Creta. Sem a definição do conflito, a Hyundai só tem uma saída: deixar a Rússia.




Fotos: Mazda, Toyota, Nissan, Kia, Mercedes-Benz, Ford e Volkswagen / divulgação

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