Retrômobilismo#17: A invasão japonesa começou antes dos anos 90, com o Toyota Bandeirante!


Em 23 de janeiro de 1958 estabelecia-se no Brasil, a Toyota do Brasil Indústria e Comércio Ltda., subsidiária da empresa japonesa. Ainda com sede no bairro do Ipiranga, em São Paulo, começava a montar o "Land Cruiser FJ-251" em Maio do ano seguinte pelo sistema de conjuntos CKD (completely knocked-down, completamente desmontados). Primeira atividade deste tipo fora da matriz japonesa, duraria até ser inaugurada a fábrica de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, em novembro de 1962. E a partir daí que a história do Bandeirante surge no Brasil. Lançado em Maio de 1962, o Bandeirante era mais um concorrente de Jeep Willys e DKW Candango, modelos que você viu há um tempo atrás aqui no Retrômobilismo.


A partir de 1962 com a nacionalização, o Bandeirante vinha com motor 3.4 Diesel com 4 cilindros que rendia 78cv a 3000rpm 4x4, que lhe deu o apelido de "britadeira", por ser resistente. Tem dimensões de 3,83 metros de comprimento, 2,28 metros entre-eixos e 1.450kg de peso. Podia acomodar até seis pessoas em dois assentos inteiriços, enquanto dois bancos traseiros laterais aumentavam a capacidade para até sete ou nove pessoas. Em 1963 o modelo já vinha com capota rígida no "jipe", diferente do modelo da primeira foto, um exemplar de 1962. Já em 1968 o Bandeirante já era 100% nacional, com todas peças a disposição do brasileiro. Já em 1969 a carroceria já era feita pela Toyota em São Bernado do Campo e não mais pela Brasinca, tradicional marca de carrocerias da época. Em 1973 o modelo tinha algumas mudanças, como o novo motor 3.8 de 4 cilindros 4x4 que desenvolvia 85cv a 2800rpm, com câmbio de 4 velocidades, o mesmo desde o lançamento.


Em 1981 o Bandeirante passava por mudanças visuais, a primeira desde o lançamento. Algo sutil, mudando apenas a grade dianteira do modelo. Quatro anos depois a Toyota no Brasil deixava de ser deficitária. Em 1981 o modelo passava a vir com câmbio de 4 velocidades e uma caixa de transferência com duas velocidades, como no Jeep, ou seja, o Bandeirante tinha 4 velocidades mais 4 velocidades da reduzida. Em 1985 o Bandeirante ganhava mudanças internas, com marcador de combustível, termômetro do motor, manômetro do óleo e voltímetro, todos no painel principal, com conta-giros e relógio do lado direito. A rede Toyota também oferecida acessórios como pneus largos, faróis auxiliares e novas cores no catálogo, com cores mais vivas buscando chamar atenção do público jovem. Já em 1987 o modelo ganhava sistema de freios redimensionado, o que era o principal ponto fraco do Bandeirante. Opcionalmente era possível colocar direção assistida no jipe japonês.


As últimas mudanças visuais vinham em 1990 quando o modelo ganhava nova frente com grade preta, novos faróis quadrados no lugar dos redondos, além de mudanças traseiras, com novas lanternas, além de um novo motor 4.0 Diesel também de origem Mercedes-Benz, de 4 cilindros 4x4, com potência de 90cv a 2800rpm. Falando em motor Mercedes-Benz, o Bandeirante o usou motores da Mercedes à Diesel desde 1962 até 1994, quando a Toyota passou a ofereceu seu próprio motor. Nesse mesmo ano, o modelo ganhava motor 3.7 de 4 cilindros Diesel 4x4 que rendia 96cv a 3400rpm, com torque de 24,4kgfm de força, que vinha com novo câmbio de 5 velocidades. Saiu de linha no Brasil em Novembro de 2001, depois de 39 anos de produção nacional e 43 anos de mercado. Desde seu lançamento, a Toyota quase nunca fez uma publicidade do modelo e quando fazia sempre enfatizava sua robustez e durabilidade, que fez sucesso entre vários consumidores.


Com tamanho do sucesso do japonês, em 1980 o Bandeirante "Jipe" teve filas de espera de até 1 ano. Desde 1962 foram vendidas no Brasil 103.750 unidades do Bandeirante, vendas em conjunto com a picape, mas pode-se dizer que o jipe vendeu um pouco mais que a picape desde o início da vendas de ambos, em 1962. Aliás, a história da picape irá ao ar amanhã, já que ambos os modelos foram lançados em 1962, simultaneamente. Praticamente o mesmo em seus 43 anos de mercado no Brasil, o Bandeirante foi o legítimo samurai japonês, nunca sentiu medo de qualquer tipo de terreno, foi um dos jipes mais longevos do país, ou melhor dizendo, é o jipe que mais perdurou no Brasil e que até hoje é lembrado graças as suas qualidades, como durabilidade e robustez.


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