Retrômobilismo#80: Botinha ortopédica? Fiat Uno tem mais de 30 anos de boas histórias - Parte 02!


Porém uma das maiores alterações do Uno viriam em Fevereiro de 2005, quando se chamava "Uno Mille", ou apenas Mille. O face-lift controverso gerou muita polêmica na época e muito se falou que a marca tinha feito isso para fazer os consumidores migrarem para o Palio para acabar de vez com o Uno. A dianteira um tanto rebuscada e as lanternas mais baixas não trouxeram um ar de modernidade que o face-lift tinha como função, mas ainda trouxe trouxe benefícios do Uno Mille, como faróis de lentes complexa e de policarbonato, com opção de vir com direção hidráulica. Também ganhava a opção de vir com para-choque na cor da carroceria, algo inédito desde o lançamento do Mille, em 1992 e desde o lançamento do Uno, em 1984. No interior, as mudanças no painel se igualavam as mesmas que eram oferecidas no Palio, com que fez o Mille uma ótima opção para empresas por trazer um bom Custo/Benefício, pois era barato e tinha peças de fácil acesso a empresas e consumidores, que tinham no Mille, um carro confiável.


Certo tempo depois, em Março de 2005 o Mille ganhava motor Flex, o Fire, que passava de 55cv para os 66/65cv com etanol e gasolina, respectivamente. O torque subia de 8,5kgfm para 9,2/9,1kgfm. Recebia termômetro do motor no painel e uma grade mais agradável no lugar da bastante criticada do modelo anterior. Como muitos compravam o Uno Mille para usar até mesmo para áreas mais rurais, a Fiat bolou o pacote Way, lançado em 2006, que trazia suspensão 44mm mais elevada, adesivos laterais que caracterizavam a versão, para-choque dianteiro e traseiro com molduras das caixas de roda em preto e novas calotas. Em Agosto de 2008 a Fiat apresenta um pequeno "face-lift" do Uno Mille, que ganhava nova grade dianteira com novo logo da Fiat, o atual vermelho, que ganhava ainda novas calotas, lanterna traseira fumê entre outros. Para-choque ganhava pintura parcial nas versões civis. Porém a principal mudança não era perceptível. O motor 1.0 Fire ganhava o econômetro, chamado de Mille Economy, que ajudava o condutor a dirigir de uma forma mais econômica.





Tinha ainda novidades na geometria de suspensão revista para menor resistência ao rolamento, pneus com a mesma característica, câmbio com quinta marcha mais longa e motor com reduções de peso e atrito. Com essa mudança, o Mille Way se tornava uma versão e não mais um kit visual. Em 2009, muito se falava sobre o fim de linha do Mille, que um substituto estaria sendo desenvolvido. Ledo engano. O Mille ganhava um parceiro, chamado de "novo Uno". O lançamento, em Maio de 2010, foi um verdadeiro "boom" no mercado, que fez muito sucesso nas vendas e incomodou muito o líder Volkswagen Gol. Inspirado no conceito "quadrado redondo", o novo Uno ganhou vários prêmios, como o de Carro do Ano 2011. Chegando sem lembrar o antecessor, mas mantendo características, a Fiat foi esperta ao lançar o Uno com várias opções de combinações, entre cores, adesivos e caracteres que poderiam ser adicionados.


Assim, o Uno colocou a Fiat muito próxima da liderança do mercado brasileiro em 2011, pondo medo a Volkswagen. Era comercializado nas versões Vivace, Attractive e Way, com opção de motor 1.0 ou 1.4, ambos com sobrenome "EVO". Nessa segunda geração, a Fiat poderia equipá-lo com ABS e Airbag Duplo, itens até então desconhecidos do hatch. Além disso, era opcional o sistema EBD, rádio com Bluetooh e USB, sensor de estacionamento e para-brisa térmico, entre outros. Ganhando componentes do Palio, o novo Uno ganhava no final de 2010 o Uno Sporting, versão com apelo esportivo, vendido com motor 1.0 e 1.4. A carroceria de duas portas chegava no início de 2011, sendo que 82% dos componentes eram novos. O motor 1.0 8v EVO Flex desenvolvia 75/73cv e 9,9/9,5kgfm e com 88/85cv e 12,5/12,4kgfm para o motor 1.4 8v EVO. Com o lançamento do Uno, as vendas do Mille caíram levemente, mas a nova geração do hatch o colocava no páreo frente aos rivais. Ele ganhou até mesmo (no mesmo ano), a opção de câmbio automatizado Dualogic.


O único problema do Uno é que assim como os rivais, muitos itens eram vendidos como opcionais, o que aumentavam muito o preço final do carro que tinha apelo popular. Em 2012 ele ganhava a versão Economy, que fez muito sucesso no Mille. Com essa versão, era possível fazer até 21,5km/l. Com quase 3,7 milhões de unidades vendidas e 28 anos de carreira o Uno/Mille figurou por um bom tempo o Top 3 de vendas, até que a chegada de novos rivais entre 2012 e 2013 fez com que suas vendas caíssem drasticamente. A Fiat, como não tinha nada a fazer, colocou o Palio como seu carro chefe após ganhar nova geração em 2012, até porque a italiana já sabia que as vendas do Uno iriam cair em 2014. Isso porque em 2013, a lei que tornara obrigatórios itens como ABS e Airbag. Um dos carros mais velhos do Brasil em linha na época, o Mille deixaria de ser produzido no Brasil depois de 29 anos em atuação. Praticamente o mesmo desde o início dos anos 80, o Mille é praticamente o Uno de 1984,que mudou para "Mille" em 1991, quando ganhou motor 1.0.


O modelo, assim como a Volkswagen Kombi também recebeu uma série especial de despedida do mercado, uma vez que não poderiam receber tais itens de segurança. O modelo que vendia em média de 7.000 unidades mensais (Ele era contabilizado com o novo Uno, e representa 50% das vendas) ainda vendia razoavelmente bem. A série Grazie Mille é limitada a 2.000 unidades, todas numeradas. O modelo vem com adesivo no interior, nos bancos dianteiros e na coluna C. Entre as diferença, o Mille de despedida ganha tecido exclusivo com bordado Grazie Mille; Rádio Connect com CD/MP3, viva voz Bluetooth e entrada USB; subwoofer; quadro de instrumentos com nova grafia; pedaleiras esportivas; nova cor da caixa de ar; duplo apoio de cabeça traseiro; cobertura completa do porta malas; sobre tapetes em carpete; forro do teto na cor preta e que inclui revestimentos das colunas internas. Assim publicamos em 20 de Dezembro de 2013, quando a Fiat lançou a versão: "Assim como a Kombi, obrigado pelos serviços prestados, Mille. Grazie, Mille!".


Com o novo Uno ficando mais envelhecido no mercado e sem ajuda do Mille, a Fiat se mexeu para lançar o novo Uno em Setembro de 2014, quando recebeu um face-lift de meia-vida, que veio em uma boa hora. A principal novidade do novo Uno eram o sistema Start&Stop, disponível pela primeira vez em um carro nacional. O equipamento vem de série na versão Evolution e trata-se de um recurso que desliga e religa o motor automaticamente durante paradas no trânsito e pode reduzir o consumo de combustível em até 20%, de acordo com a fabricante. Esse sistema é feito pela Bosch. No visual, o novo Uno conta com novo para-choque dianteiro e traseiro, faróis, lanternas, piscas nos retrovisores externos, grade, capô e rodas. No interior, muda por completo. O painel ganha visual mais moderno, bem como o volante que agora conta com botões e o sistema multimídia, principal novidade no interior. O câmbio Dualogic Plus que não é acionado por alavanca, mas sim por botões no console central, algo nunca visto no mercado nacional.


Além dos botões tem a opção por troca atrás do volante, os conhecidos paddle-shifts, também raros no segmento do Uno, que possui as funções Crepping (autorolagem) e Auto-up Shift Abort (aborta troca de marcha para manter aceleração mais vigorosa) apenas nas versões Way 1.4 e Sporting 1.4. Já no quesito tecnologia, o Uno passa a contar com uma tela TFT multifuncional de 3,5 polegadas no quadro de instrumentos, além de sensor de estacionamento, retrovisor do lado direito com visualização automática de direção, sistema de áudio mais moderno, entre outros. Isso colocou novamente o Uno como uma boa opção no mercado. O banho de loja do popular italiano deve melhorar, uma vez que uma nova geração é esperada para 2018. Ainda em 2015, os motores Fire EVO deixam de existir para abrir espaço aos novos 1.0 12v de três cilindros e o novo 1.4, que devem desenvolver algo próximo dos 80cv e 100cv de potência, respectivamente. Uma evolução ao quadrado, assim como o Uno.


Fonte: Best Cars

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