Fiat apresenta detalhes dos motores 1.0 6v e 1.3 8v GSE FireFly Flex, que equipa primeiramente o Uno
Com 40 anos de operação, o complexo industrial de Betim (MG) é o primeiro a produzir a nova geração mundial de motores compactos GSE da Fiat. Chamados de FireFly, as novas motorizações 1.0 e 1.3 substituem os cansados motores 1.0 e 1.4 8v Fire Flex aos poucos. A produção dos motores fica num prédio de 22.000m² já existia, mas a Fiat fez um remanejamento interno em Betim e equipou todo o local com maquinários de última geração para produzir 400.000 motores por ano. A planta recebeu 186 robôs para um processo de usinagem de cabeçote, bloco e virabrequim totalmente automatizados. Sobre o novo motor, traz uma nova arquitetura composta por um bloco com virabrequim integrado ao corpo, cuja parte inferior é colada à parte superior, mantendo assim o eixo de manivelas dentro do conjunto. O cárter é adicionado logo abaixo. De ciclo Miller, combustão em baixas cargas e com médios regimes de rotação, o FireFly tem comando único com variador de fase e as válvulas (posicionadas fora da linha do comando) são acionadas por balancins, lembrando uma configuração SOHC. O sistema de injeção de combustível tem pré-aquecimento para partidas a frio, dispensando o velho tanquinho. O acionamento do comando é por corrente, que dispensa manutenção e tem durabilidade de mais de 200.000km. O óleo lubrificante do FireFly é o 0W20. Em resumo, a construção em alumínio reduziu o peso em sete quilos e a vida útil mínima do propulsor é de 240.000km. O motor 1.0 6v FireFly Flex desenvolve 77/72cv de potência com torque de 10,9/10,4kgfm e o 1.3 8v FireFly entrega 109/101cv de potência e 14,2/13,7kgfm de torque, com câmbio manual de 5 marchas ou podendo ser acoplado a um automatizado Dualogic.
Embora existam há 15 anos no Brasil, o motor Fire foi lançado na Europa em 1985 e daí surge a importância dessa nova família de motores. Os dois novos motores não só pertencem à mesma família, como têm o mesmo diâmetro de cilindro, curso dos pistões (70,0 x 86,5 mm) e compartilham entre si diversos componentes. O 1.3 é, basicamente, o 1.0 com um cilindro a mais. O motor conta com alguns truques para ser moderno. O sistema de injeção é o multiponto convencional, mas a Fiat diz ter posicionado válvulas e vela de forma que haja mais turbulência na câmara de combustão. Também garante que seu sistema de admissão é tão eficiente no enchimento dos cilindros quanto motores com quatro válvulas por cilindro. Fato é que não falta compressão ali dentro: a taxa de compressão é sempre de 13,2:1, que visivelmente favorece a queima de etanol. As velas são de Iridium e de 10mm, mais finas do que em qualquer outro motor Fiat, e cada uma têm bobina independente. Além disso, estes são os primeiros motores Fiat a eliminar o tanquinho de partida a frio por usar aquecimento dos injetores. Outro truque está no variador de fase hidráulico continuamente variável. Permite que trabalhe com sistema EGR (de recirculação de gases de escape) por fechamento tardio das válvulas, o que, momentaneamente, faz este motor trabalhar em ciclo Miller. Evita-se perda por bombeamento quando o motorista dirige de forma suave, principalmente em baixas rotações. Também com o objetivo de reduzir o atrito, o centro dos pistões não fica alinhado com o centro do eixo do virabrequim, mas sim deslocado em 10 mm. Desta forma, é possível ajustar o ângulo entre a biela e o pistão de forma que se aumenta o apoio do pistão na parede do cilindro quando a força vertical é pequena ou se reduz o apoio no local quando a força vertical é grande, diminuindo a perda de energia.
Fonte: Notícias Automotivas e Primeira Marcha



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