Retrômobilismo#14: Chambord teve 5 meses de sossego. Depois veio ele, o Aero-Willys!


Logo depois da chegada do Simca Chambord, chegava um dos seus maiores rivais. O Aero-Willys, da Willys-Overland do Brasil. Lançado no Brasil no dia 25 de Março de 1960, o Aero-Willys era um forte rival do Simca Chambord, lançado 5 meses antes. O Aero-Willys era herdado de um carro americano, fabricado entre 1952 à 1955, que não teve sucesso no mercado americano - lá ele era conhecido como Aero-Ace. No Brasil ele vinha com motor 2.6 V6 rendia 90CV a 4.000rpm, acoplado a um câmbio manual de 3 velocidades. Em 1962 o Aero-Willys recebia mudanças como rodas e calotas, frisos laterais, painel estofado, cores e detalhes interiores.


Em Setembro de 1962, como modelo 63', chegava totalmente redesenhado por estilistas brasileiros, foi mostrado ao público com sucesso no III Salão do Automóvel, em São Paulo. Sua estrutura era a mesma do modelo anterior, mas com carroceria inteiramente nova. Já o motor era o mesmo 2.6 V6, agora alimentado por dois carburadores acoplados a um novo coletor de admissão, fato que elevou sua potência para 110CV a 4.400rpm. O interior, as mudanças estão no painel revestido de madeira jacarandá trazia três mostradores de funções acopladas, acendedor de cigarros dentro do cinzeiro e limpador de pára-brisa elétrico.


Mas em 1965, o Aero-Willys ganhava mais mudanças. Percebeu que sua traseira não empolgava e decidiu mudá-la. Então os desenhistas resolveram encompridá-la, inverteram a posição das lanternas e a tampa do porta-malas ficou reta, seguindo as formas da carroceria. Na mecânica, foram aperfeiçoados alguns itens como os freios, com a colocação de tambores mais leves, a suspensão dianteira e o câmbio, de quatro marchas sincronizadas. No mesmo ano era lançada a versão executiva do Aero-Willys, denominada de Itamaraty Executivo, que vendeu poucas unidades, apenas 25 entre 1965 à 1969, era usado por muitos políticos em Brasília.


Em 1966, o Aero-Willys passou a se chamar "Aero-Willys Itamaraty", alusão ao poder político de Brasília. Ganhava algumas mudanças como a nova grade dianteira, lanternas, sobre-aros cromados nas rodas. No interior trazia bancos revestidos de couro, rádio com dois alto-falantes, luzes de leitura e painel revestido de jacarandá maciço. Na mesma atualização, o Aero-Willys ganhava mudanças mecânicas, com os novos pistões auto-térmicos, anéis de menor altura e novas buchas mancais do motor, além do alternador substituindo o dínamo. Em 1967 o Aero-Willys Itamaraty ganhava mudanças como o novo motor 3.0 V6 que rendia 132CV. Já em 1969 o Aero-Willys ganhava mais potência e rendia 130CV, e o Itamaraty com 140CV.

Itamaraty Executivo
Tanto o Aero-Willys como o Itamaraty saíram de linha em 1971 no Brasil. Fim que se deu quando a Ford comprou a Willys-Overland em 1968, e as vendas dos modelos começavam a cair. Em 1971 a Ford anunciou que aquele seria o último ano de fabricação do automóvel, devido à queda nas vendas. Em 1972 foram vendidos os últimos Aero e Itamaratys, sendo sua mecânica utilizada como base do futuro Maverick, em 1973. Mesmo assim, o Aero-Willys foi um dos carros de maior sucesso no país na década de 60, deixando para trás os rivais Simca Chambord e FNM JK.

A primeira e a segunda geração do Aero-Willys
No mercado brasileiro, o Aero-Willys vendeu mais de 100.000 unidades. É considerado um dos maiores sucessos da década de 60, assim como o Volkswagen Fusca, de longe o destaque em vendas. O Aero também é um dos carros mais vendidos da Willys na época, vendendo mais até que o próprio Renault-Willys Gordini, de segmento inferior. Seu melhor ano comercial foi em 1966, quando foram vendidas 16.812 unidades das três variantes do Aero. Num total foram vendidos 99.621 unidades do Aero-Willys, 17.216 do Itamaraty e 25 unidades do Itamaraty Executivo (Destas, 19 eram do modelo "normal" e 6 eram da Especial), somando 116.862 unidades comercializadas em 11 anos de produção.

A mudança visual na traseira do Aero. Na primeira foto, o modelo 1963 e na segunda o modelo 1965

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