Retrômobilismo#24: O voo rasante do Brasinca Uirapuru pelo mercado!
Um legítimo esporte nacional. O Brasinca 4200 GT ou Uirapuru foi um dos únicos grã-turismo do Brasil, feito e projetado em terras brasileiras era a prova que nós, brasileiros, também temos capacidade de fazer carros iguais ou até melhores que os projetos exportados de outros países na época (Apesar de se parecer muito com o Jensen Interceptor), ainda mais que nosso mercado interno não tinha nem 10 anos de vida. Diferente de outros esportivos o Brasinca Uirapuru tinha carroceria de aço, feita a mão e o pioneiro no Brasil a ser testado em um túnel de vento para melhorar sua aerodinâmica. A Brasinca (que fabricava ferramentas, carrocerias e veículos) foi fundada em 1949, fabrica inicialmente peças para caminhões, entre eles o FNM.
Foi assim que em 1964 a Brasinca lançou o 4200 GT, que mais tarde seria chamado de Uirapuru (nome de um pássaro silvestre da Amazônia de coloração vermelha, preta e amarela), chegaria ao mercado. Mas o que mais chamava atenção no Uirapuru não era o design moderno, mas sim aquilo que move o carro brasileiro. O motor, era de caminhão, um 4.2 V6 que rendia 155cv de potência, com torque de 32,7kgfm de força, acoplado a um câmbio manual de 3 velocidades, que ia de 0 à 100km/h em 10,3 segundos. Tinha como opcional, alguns cavalos a mais, com o comando de válvulas "bravo C4", que aumentava a potência para 166cv de potência sem mudanças no torque, era o Uirapuru SS, o que poderia levar em até 200km/h, o que era muito para a época. Em seu slogan, o Uirapuru dizia que um "puro-sangue potente, elegante e de alta performance".
Com produção de um fora de série, o Uirapuru não era viável para ser comercializado em pequena escala. Foi assim que a Brasinca encontrou a STV (Sociedade Técnica de Veículos), que projetava alguns veículos mas sem fabricação, voltaram a produzir o 4200 GT, que recebia o nome do projeto, Uirapuru 4200 GT. Em Maio de 1966, Soler (criador do Uirapuru) decidiu que seu gran-turismo iria disputar corridas para maior divulgação do belo modelo. A partir daí uma equipe foi buscada para criar o 4200 GT S, com maior taxa de compressão, comando de válvulas ainda mais potente e 3 carburadores, que elevaram a potência para 171cv de potência, câmbio de 4 velocidades que o levavam até 210km/h.
Pouco tempo depois surgia o 4200 GT SS que com algumas melhorias chegava a 177cv e pneus mais largos, chagava a 230km/h, com estréia nas mil milhas de Interlagos em 1966. No 5º Salão do Automóvel de São Paulo, a STV apresentava mudanças visuais no Uirapuru, que ganhava novos faróis, grade, painel e maçaneta redesenhados. O modelo de rua ganhava 7cv de potência, que totalizava 162cv a 4.800rpm. Eram apresentados os conceitos Gavião (modelo que se entrasse em produção seria usado pela Polícia) e o Uirapuru Conversível que encontrou em produção, mas é raríssimo.
Com problemas para enfrentar o alto custo de fabricação, o preço do Uirapuru não era nada popular. Com apenas 76 unidades fabricadas (3 delas do conversível e 1 do Gavião) o Uirapuru saía de linha em 1967, com apenas 3 anos de mercado. Mesmo assim a Brasinca manteve em linha, mudando o ramo de veículos para fabricar carrocerias, como a da Volkswagen Saveiro na primeira geração de 1982. Era o fim do primeiro (e talvez único) gran-turismo fabricado no Brasil, que tinha um toque de esportividade, deixando um voo rasante e curto no mercado brasileiro.
"O motor, era de caminhão, um 4.2 V6 que rendia 155cv de potência". Observo que não era um V6 e sim 6 cilindros em linha.
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ResponderExcluirO Jensen veio DEPOIS do 42000 GT Uirapuru. Este é de 63/64 e o outro de 66...
ResponderExcluirTodo mundo vê a similitudes de líneas com o Jensen, mas ninguém fala do Studebaker Avanti, lançado no mesmo ano do Brasinca .
ResponderExcluirComo faço pra conseguir e alugar por um dia esse tipo de raridade
ResponderExcluirPreciso alugar uma raridade dessas 4200 GT por gentileza ou até mesmo passar o contato do mesmo
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