Retrômobilismo#40: Um dos poucos fast-backs do Brasil, Volkswagen TL fugia da regra!
Com visual diferente, em Agosto de 1970 era lançado no Brasil o TL, último modelo da família "Type 3". Assim como o 1600 4p e a Variant, o TL era um veículo baseado no modelo europeu "Type 3", mas com visual diferente de linhas discretas e retas. O que mais chamava a atenção do TL, era seu visual com teto caído, algo nunca visto no mercado brasileiro e por isso tinha identidade própria. Porém, por causa do vidro traseiro, a visibilidade para trás era sofrível por causa da traseira bem mais inclinada que a maioria dos nacionais, bem ao estilo dos anos 60 e 70. Diferente de 1600 4p e Variant, o TL já chegava ao mercado com a frente alta e com faróis duplos em cada lado, algo que só passou a ser disponível para 1600 4p e Variant em 1971.
Com a saída do mercado brasileiro em 1971 do 1600 4p, a Volkswagen precisa de um modelo que ocupasse seu lugar, pelo menos de maneira provisória. Foi assim que em 1971 que a Volkswagen lançava o TL com quatro portas. Com 4 portas, o TL subiu nas vendas, número que chegou a ser 50% maior que em 1970 e que deixava a Volkswagen menos preocupada com a "família 1600" no Brasil, que se tornava um "fracasso" de vendas perante ao moderno Ford Corcel. O TL de quatro portas procurou atender aos taxistas que ficaram órfãos do 1600 4p e às poucas famílias, que na época, viam nesse tipo de veículo a conveniência e praticidade hoje largamente aceitas pelo mercado nacional.
O motor era o mesmo 1.6 refrigerado a ar que vinha com dupla carburação e turbina baixa e que rendia poucos 54cv de potência e torque de 11kgfm de força, associado a um câmbio manual de 3 velocidades. Esse motor tinha uma velocidade máxima de 135km/h e ia de 0 à 100km/h em 20,5 segundos. Ainda em 1971, um ano depois do lançamento, o TL ganhou sua versão definitiva com o novo desenho dianteiro, que ficou conhecido como "frente baixa". A "cara chata" deu lugar a um harmônico perfil afilado que seria adotado nos lançamentos seguintes, como o esportivo SP2, a Brasilia e a Variant II, que ficaria com o TL até sair de cena nos anos seguintes.
As principais mudanças estavam justamente na dianteira, onde o TL ganhava novas molduras dos faróis, capô, para-lamas, para-choque dianteiro e traseiro, novas lanternas maiores que a anterior, novo retrovisor nos detalhes externos. O interior mudava pouca coisa e essas mudanças eram denominadas de "Volkswagen TL 72". Mudanças no motor não chegaram e se manteve inalterado. Porém as mudanças não surtiram muito efeito no mercado nacional, pois o TL ganhou um concorrente interno muito mais atual em 1973 quando a Volkswagen trouxe ao Brasil o Passat, um carro totalmente diferente e muito mais moderno. Com a chegada de novos rivais, a Volkswagen viu que seus modelos movidos a ar estavam perdendo para as novidades.
Com isso, o TL começava a perder feio nas vendas para as novidades até então, como Chevrolet Chevette, Dodge 1800, Volkswagen Passat, além da Volkswagen Brasília que chegava como um nome grande sucesso da Volkswgen. Ficou um tempo a mais no mercado e se despediu do Brasil em 1976 quando acabou saindo de linha, após vender 109.313 unidades no Brasil, bem mais que o 1600 4p, porém bem menos que a Variant, que continuava em linha até 1981 com uma nova geração. Seu melhor ano foi em 1971, quando emplacou 34.628 unidades. Assim, o TL saiu de cena, sem deixar sucessor natural.
Somente como correção, onde se lê 54 HP, leia-se 65 HP. Onde se lê câmbio de 3 marchas, leia-se 4 marchas!
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