Retrômobilismo#53: Com sangue de Opala, Puma GTB já foi um dos carros mais rápidos do Brasil e uns com história mais conturbada!
O início do projeto do GTB começou em 1971, quando a Puma começou a testar e desenhar os primeiros protótipos do esportivo. Desenhado por Rino Malzoni ele foi batizado inicialmente de "P8", esta sigla acompanhou o GTB até 1979 no seu número de chassi este "novo" protótipo era conhecido na época como "Puma GTO" ou "Puma Opala", pois viria a usar muitas peças do sedan da GM. Tinha motor Chevrolet 3.8 6 cilindros em linha. Outro protótipo viria a ser feito, este com motor Chevrolet, mas agora com o motor 4.1 também de 6 cilindros em linha e foi esse que entrou em produção. Tinha cerca de 140cv de potência, 29kgfm de torque e câmbio manual de 4 velocidades, que o levavam a 185,4km/h e ia de 0 a 100km/h em 12,5 segundos. Foi apresentado pela primeira vez ao público durante o Salão do Automóvel de 1972 ainda sobre o nome GTO, nome já utilizado por Ferrari e Pontiac, mas só seria lançado em 1974.
O GTB era um carro esporte imponente, exclusivo e muito caro, tinha fila de espera para compra, pois o governo militar estrangulava a entrada de carros importados um número ainda maior de pedidos foi feito e deste modo, ocorreu um fenômeno interessante: Os GTB já produzidos eram comercializados, no mercado de carros usados, a preços bem maiores que os praticados pelos concessionários da marca, pois estas unidades não tinham lista de espera de mais de 1 ano, isso prova que o problema da Puma não era de vender os seus carros mas sim produzi-los. A carroceria do esportivo era feita de e fibra de vidro, a construção do seu chassis era diferente do seu irmão menor (GTE). O GTB inovava ao ter chassi composto por travessas perimetrais, em forma retangular, utilizava a suspensão dianteira do Chevrolet Opala e traseira com feixe de molas da linha oriundos da Dodge, este fato prejudicava muito a performance do GTB em curvas, tornado ele dinamicamente inferior comparado aos seus concorrentes de custo menor, com a frente bem longa e a traseira curta inspiradas nos famosos muscle-cars da época.
O GTB era ideal para duas pessoas, pois era um coupé 2+2, onde o espaço do banco traseiro podia ser utilizado apenas para pequenos percursos. O painel de instrumentos era bem completo, em comparação aos esportivos da época, incluía conta-giros, e termômetro e pressão do óleo. Vinha equipado com rodas exclusivas da marca brasileira, e tinha pneus com medidas inéditas no mercado nacional. Em 1977, ganharia mudanças no visual ao trazer nova grade, novas lanternas (lanternas que vinham do Alfa Romeo 2300 só que eram invertidas), nova localização da placa traseira, emblemas do motor, que passaria a ser o mesmo SS-250, com tuchos mecânicos em vez de hidráulicos e potência de 171cv. Mas foi em 1979 GTB traria mais mudanças no visual, com linhas mais limpas,, modernas, com frente mais baixar, utilizando o mesmo motor 6 Cilindros em linha. Tinha acabamento mais requintado, com a utilização de bancos em couro, inovou na utilização de inéditos cintos retráteis, ar-condicionado e vidros elétricos e com um maior espaço interno para seus ocupantes, rodas de liga-leve produzidas em liga de antálio, sistema de freio de mão que passou a ser no assoalho e novo nome, que ganhou a sigla S2 ao lado de nome GTB.
Em 1981 ganhava rodas de liga leve de 15 polegadas e em 1982 o GTB S2 ganhava o motor de 4 cilindros, 2.5 a álcool que rendia 98cv de potência e torque de 20,1kgfm de força. Ainda nos anos 80, a Puma oferecia a customização e personalização, que era muito comum, recebeu o kit de uma concessionária que foi denominado de "Daytona", que trazia novo para-choque, saia dianteira, saia lateral, aerofólio, maçanetas redondas, localização da placa, que tinha sido deslocada, ficando entre as lanternas, novas lanternas do Volkswagen Santana, entre outras novidades. O GTB teve sua produção finalizada no final de 1984, devido a falência da Puma, ano em que foram produzidos apenas 56 unidades do GTB, que na maioria foram enregues para quitar as dívidas com fornecedores da Puma. Mas, em Março de 1986, a Puma mudou-se para Curitiba (PR), nas mãos do empresário Rubens Dabul Maluf , que fundou a Araucária S/A que voltou a produzir aos GTB/S2 sob licença da Puma, onde foram produzidos 22 carros.
O GTB foi lançado com o nome ASA, que trazia algumas alterações estéticas como novas maçanetas, espelhos do Ford Del Rëy, entre outras novidades. O GTB ainda contava com o 6 cilindros, mas não podia a altura do "novo"GTB, já que sua aceleração 0 a 100 km/h era de 10,8s, velocidade máxima era de 171,4km/h. Para essa pequena mudança, a Puma calibrava as molas e dos amortecedores pressurizados. Não se tem ideia de quantos modelos foram fabricados entre 1986 e 1987, mas o GTB não duraria muito tempo, isso porque o empresário paranaense vendia a marca para outro empresário de Curitiba. A terceira geração do GTB foi marcada pela paixão pela marca, o empresário Nívio de Lima que trabalhava nas férias paulistanas no auge da marca, realizou o sonho que na sua juventude era distante. Acabou depois de anos após se consolidar como empresário do setor de autopeças realizou seu sonho radicalmente e acabou comprando a Puma e recomeçou a produção e destinou o primeiro carro para ele mesmo.
Trazia o mesmo motor 4.1 do Opala que rendia 127cv de potência e torque de 27,8kgfm de força. Trazia novo visual com novos faróis duplos, nova grade, novo para-choque dianteiro e traseiro, novas lanternas oriundas também do Opala, bancos Recaro em couro, novo desenho do painel de instrumentos semi-envolvente, Ar-condicionado, novas rodas de liga leve, direção hidráulica, comando elétrico dos vidros, rádio toca-fitas digital e com antena elétrica. Em 1991, a Puma GTB AMV sofreu algumas modificações estéticas,como a dianteira que passou a ser pintada na cor do carro e os para-choques, spoiler dianteiro foi modificado adotando faróis de milha da linha VW Gol e novas rodas com calotas escondendo os parafusos. São se sabe quantas unidades do AMV foram produzidas nos últimos tempos, mas sabe-se que ele vendeu mais de 2.700 unidades no total desde 1974. Saiu de cena ainda em 1991 e são raras as unidades com as últimas novidades no visual.
Fonte: Clube 171
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