Retrômobilismo#101: releitura da Renault Espace, Grancar Futura foi a primeira minivan do Brasil!


A primeira minivan do mundo surgiu em 1983. Era a Dodge Caravan, que depois ganharia a variante da Chrysler, a Town & Country. Na Europa, a primeira minivan foi a Renault Espace,em 1984, em linha até hoje, assim como as norte-americanas. No Brasil, em Abril de 1990 era lançada a Grancar Futura, primeira minivan do país, se inspirando na francesa. Misto de furgão com station, as minivans causaram estranheza com suas formas de carroceria. Ganharam espaço devido ao amplo espaço interno e o design "revolucionário" para a época. O conforto também era um aliado das minivans. Feita por uma empresa que fabricava apenas automóveis fora-de-série, a Grancar utilizava várias peças de modelos conhecidos nacionalmente. A versão tupiniquim do Espace foi criada pelo famoso designer Toni Bianco. Para fazer a Futura, a Biaco importou uma unidade da Espace para o Brasil e tirar suas medidas. A produção então começou a partir de 1990 pela Grancar Design, empresa ligada à Ford Grancar. Trazendo um conceito inédito, o destaque da Futura era a carroceria monovolume que garantia amplo espaço interno e versatilidade de uso dos assentos, individuais e modulares.


Apesar de parecer grande, a "Espace Made in Brazil" media 4,25 metros de comprimento, 1,77m de largura e pesava cerca de 1.300kg. A carroceria, feita de plástico e fibra de vidro, a Futura usava o motor do Ford Del Rey, o 1.8 8v que desenvolvia 98cv de potência e posteriormente substituído pelo 2.0 8v de 116cv, sempre com câmbio manual de 5 marchas. A única rival da Grancar Futura seria a Chevrolet Lumina, que vinha importada e tinha motor 3.1 V6 de 122cv de potência, ou seja, apenas de uma leve vantagem para a GM, a Grancar andava junto do modelo importado. A Grancar tinha produção quase que artesanal e tinha capacidade máxima de produção entre 18 a 20 unidades por mês, ou seja, menos de um carro por dia. As peças do interior era de origem Ford, do próprio Del Rey, assim como a mecânica. No exterior, as lanternas vinham da Fiat Elba enquanto os faróis dianteiros eram do Chevrolet Opala.


Mesmo com uma proposta diferenciada e com apelo familiar, algo que o mercado era carente na época, a Grancar Futura não fez muito sucesso. Pelo contrário. Saiu de linha no final de 1991, depois de 159 unidades produzidas. Apesar da proposta inédita e das qualidades do veículo, o mercado nacional passava pela reabertura das importações, o que deixava o modelo em desvantagem diante dos importados que começavam a chegar. Se tivesse chegada nos anos 80 certamente faria maior sucesso. Pena que isso não aconteceu. O próprio brasileiro também não soube reconhecer as qualidades da Futura, mas passou a entender muito bem quando a Renault trouxe a Scénic para o Brasil no fim da década de 90, inclusive com produção nacional. Era o início da "fase de ouro" das minivans no mercado brasileiro, que olhava com outros olhos as versáteis minivans. Pelo menos, a Grancar Futura foi a precursora desse segmento, mesmo que para isso tenha que ter se "sacrificado" em nome das sucessoras.



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