Stellantis quer barrar chegada de BEVs chineses na Europa para proteger indústria europeia
CEO da Stellantis fala em alternativas de barrar a chegada dos carros elétricos vindos da China de alguma maneira na Europa durante entrevista para site
A Stellantis demonstra preocupação com o futuro da
mobilidade na Europa. O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse em entrevista
que a Europa pode sofrer com uma agitação com o preço dos carros elétricos e
com um prazo tão curto para uma transformação elétrica tão rápida como a que
está sendo exigida pela União Europeia.
Na Europa, a legislação quer carros elétricos como regra
antes mesmo destes carros terem uma condição de mercado que seja realística. As
empresas buscam sempre trabalhar com alternativas a longo prazo, como toda
empresa. Querem transformar toda uma produção em elétricos em dois anos seria
um trabalho impossível, por exemplo. "A liberdade de mobilidade está
retrocedendo porque as pessoas não podem pagar por veículos elétricos. Existe o
potencial de agitação social", disse Tavares ao Top Gear.
Com isso, na Europa, as montadoras chinesas estão
subsidiando suas vendas a fim de atrair consumidores europeus, que veem os
carros elétricos com certa desconfiança. No fim, a mesma coisa que aconteceu
com japoneses e sul-coreanos nas últimas décadas. Tavares espera que se tenha
proteção com a indústria europeia, seja por meio de subsídios para as
montadoras europeias (como a China faz) ou uma taxação sobre veículos
importados.
Segundo Tavares, isso seria "o mesmo que as barreiras
que existem na venda de carros europeus na China". Com a previsão de
encerrar a venda de carros a combustão na Europa a partir de 2035, a União
Europeia ainda vê as montadoras trabalhando em planos estratégicos para se
fazer cumprir até 2035, mas rumores de que isso poderia ser adiantado assustou
não só Tavares, mas uma série de outras empresas.
Chamado de "período de transição brutal" para as
vendas de carros a combustão, a medida viu vista com desaprovação. Isso porque
existe toda uma cadeia que precisa mudar sua matriz energética e é sabido como
isso é complexo porque muda toda uma estrutura, desde de entendimento,
produção, fábrica de baterias e novos componentes, além de toda uma
infraestrutura que precisa ser desenvolvida.
"Os políticos decidiram dogmaticamente. Eles decidiram
que os eleitores querem EVs. Não temos regulamentos que sejam tecnologicamente
neutros.", acrescentou Tavares. "Ainda assim, vamos competir dentro
desse quadro. Teremos 30 EVs à venda. É darwiniano. Somente os melhores
sobreviverão.", finalizou o executivo.
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