Retrômobilismo#43: O Xavante que passou pelo Brasil de norte a sul! Eu sou o Gurgel Xavante!


Lançado em 1973 como o primeiro Gurgel do Brasil, a história do jipe Xavante foi o maior modelo da Gurgel e que mais tempo ficou em linha, com quase 20 anos de mercado. Destacava-se entre as suas principais qualidades, a agilidade em pisos irregulares, o que chamava a atenção de consumidores que gostavam de praticar um off-road nos finais de semana por lazer. Fabricado em Rio Claro, interior de São Paulo, o Xavante foi criado pelo João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que sempre sonhou com o carro genuinamente brasileiro. O Xavante X10 era um misto de bugie com jipe, mas suas aptidões off-roads o colocariam como um jipe. Sobre o capô dianteiro era notável a presença do estepe e sua relação ao solo era grande, com pára-brisa que poderiam ser rebatidos para melhor sentir-se o vento, com capota de lona.


Tinhas linhas retas e curvas, seguindo a moda da época, caiu no gosto do consumidor brasileiro. Mostrando ser um carro resiste e prático em solos irregulares, logo foi incorporado ao Exército como podemos ver na foto acima, onde ganhou itens estranhos como duas pás para servir como auxílio caso o Xavante atolasse em algum lugar. Assim como os Pumas, a Gurgel também começou usando mecânica Volkswagen, como chassi e motor refrigerado a ar. Com carroceria feita em fibra de vidro, o Xavante era ágil e vinha com motor 1600, que rendia 60cv de potência a 4.600rpm e torque de 12kgfm, que o levava de 0 à 100km/h em longos 38 segundos. A fibra de vidro teria sido escolhida por João Gurgel porque não oxidava que nem as carrocerias normais, e segundo ele, queria ver por muito tempo seus modelos rodando pelas ruas.


Tudo isso formava uma salada de fruta da Volkswagen. Usava motor de Fusca, suspensão independente de Fusca e rodas de Kombi com pneus de uso misto. Com bom ângulo de saída e ataque, o Xavante dificilmente raspava em algum lugar graças ao grande ângulo de entrada de 63º e de saída com 41º. Como era 4x2, o "Sr.Gurgel" como era chamado inventou o sistema Selectration que era um sistema com alavancas, ao lado do freio de estacionamento, para frear uma das rodas traseiras, sendo muito útil em atoleiros, pois freando uma das rodas que estivesse girando em falso a força era transmitida à outra, atolada, característica de todo diferencial, facilitando a saída do atoleiro. Esse sistema deixava o jipe mais econômico e prático, já que a Gurgel não tinha dinheiro suficiente para comprar sistema de tração 4x4.


Em 1975 o Xavante ganhava as primeiras mudanças visuais ao ganhar uma nova frente, com faróis com moldura quadrada que ficava com a dianteira ainda mais retilínea, ganhava também as novas lanternas de direção, os piscas, que agora eram os mesmos ao do Fusca. O estepe fica ainda no capô, mas por dentro do porta-malas, com um ressalto que indicava que ele estava ali. Sua estabilidade também não era seu ponto forte em trechos com asfalto. No ano seguinte chegava o Xavante X12 TR, que vinha com teto rígido e ganhava mais uma mudança visual, com linhas mais retas com uma nova grade. Ganhava portas com dobradiças e a traseira ganhava uma pequena tampa do motor. Em 1979 o X12 chegava sem nenhuma mudança na motorização, mas seu comportamento dinâmico alterado com as novidades introduzidas na construção da carroceria de fibra de vidro.


Com pequenas mudanças o X12 ia de 0 à 100km/h em lentos 37,7 segundos e velocidade máxima de 106,2km/h, números que melhoravam um pouco em comparação ao modelo anterior. Com nova carroceria estava 1cm mais comprido e 2,5cm a mais na largura. Ganhava mudanças visuais como o embutimento dos faróis que continuaram com grade protetora, pára-choques dianteiros mais largos, as portas, que ficaram maiores que as do modelo anterior, facilitando a entrada e saída para os passageiros, as lanternas com luz de ré, passaram também a ser embutidas na carroceria o pára-choque ficou mais largo. Em 1981 ganhava freios dianteiros a disco. Em 1983 o X12 TR ganhava uma clarabóia no teto para facilitar a entrada de ar. Em 1985 chegariam as últimas mudanças do X12. Ganhava nova grade, pára-choques e lanternas traseiras. Por dentro o painel e o volante também eram mais modernos. Na versão de luxo, bancos com encosto alto mais confortáveis e a clarabóia.


Na parte mecânica ganhava ignição eletrônica, nova suspensão mais reforçada e fica mais econômico e silencioso. Em 1988 o nome X12 era substituído por Tocantins. Com peso de apenas 738kg, o X12 Tocantins acabou saindo de linha em 1993 quando a Gurgel pediu concordata e foi saindo do mercado aos poucos. Estima-se que foram vendidos poucos menos de 22.000 X12 Tocantins, sendo o modelo mais bem-sucedido da Gurgel no Brasil e que quase completou 20 anos de mercado.


Comentários

  1. O único "carro de plástico" que não era carro de plástico... (entendedores entenderão)

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