AvtoVAZ confirma que Lada ficou dois meses sem fabricar e quer produzir 500 mil unidades
Mesmo com sanções, Lada estima que vai produzir cerca de 500.000 unidades ao ano, possivelmente com a grande adesão da Rússia
A Lada revelou informações sobre o seu trabalho de
reestruturação no próprio mercado após ser vendida pela Renault Group, de quem
era dona. Com a Guerra entre Ucrânia e Rússia, a grande maioria de empresas
ocidentais deixaram o mercado russo e enquanto arruma a casa com o abandono dos
franceses, a Lada prevê uma reestruturação e vê a possibilidade de vender cerca
de 500.000 unidades ao ano.
A AvtoVAZ confirmou que a Lada sofreu bastante com problemas
de abastecimento de componentes que vinham de outros países e que deixaram de
vir por conta das sanções. Agora uma empresa do estado russo, a Lada revelou
detalhes de períodos sombrios que viveu no recente ano de 2022. As informações
foram apuradas pelo Automotive News Europe, que entrevistou Maxim Sokolov,
ex-Ministro dos Transportes da Rússia e atual Presidente e CEO da Lada.
“Depois que os acionistas anteriores da empresa Renault saíram em maio, a empresa ficou ociosa por mais de dois meses… e logística e salvaguardar o fornecimento de componentes para a produção dos modelos base”, disse Sokolov. Esse período de dois meses fez a marca trabalhar para que pelo menos alguns carros retornassem à linha de produção. Com isso, Niva e Granta voltaram para a linha, mas praticamente com grandes perdas de equipamentos.
Na época, foi dito que os carros eram equipados a carros da década de 1990 em termos tecnológicos. Se a guerra não tivesse acontecido, a Lada ganharia novos produtos desenvolvidos a partir da nova plataforma CMF, compartilhando projetos em conjunto com a Dacia. Sem o fornecimento de peças da Renault-Nissan-Mitsubishi, a Lada vai ter que se contentar com as plataformas atuais, como a B0.
Ao mesmo tempo, a marca anunciou o seu primeiro automóvel elétrico para este ano de 2023. Trata-se da e-Largus, a versão elétrica da Lada Largus. Além disso, a empresa estima que vá conseguir vender cerca de 500.000 unidades ao ano, a maioria dos produtos sendo feitos na unidade de Togliatti. Essa meta é bastante alta, mas muito possível. A explicação é que a Rússia vai virar uma empresa de marcas chinesas e a Lada. Todas as demais empresas deixaram o mercado e os consumidores terão na Lada a opção de ter um carro zero como o rosto mais conhecido de um mercado ainda estranho.
Em 2022, dados ainda não oficiais estimam que o mercado russo vai desabar cerca de 75% em relação ao mesmo período de 2021. Vale lembrar que a Rússia figurava entre um dos dez maiores mercados do mundo. A Lada ainda estaria trabalhando para fazer o Vesta e a Vesta SW voltarem a ser produzidos. Recentemente, a marca deu adeus definitivo para o XRay, que é, atualmente, a única perda da marca.
Fotos: Lada / divulgação
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