Há dois anos sem produzir no país, Ford volta a lucratividade, depois de 11 anos de prejuízo

Ford voltou a registrar lucro na América do Sul em 2022, depois de encerrar a produção em Camaçari (BA) e a interrupção de duas outras fábricas no Brasil



O ano de 2022 mostrou que a Ford registrou uma queda bastante elevada nas vendas no Brasil. Com o fim da produção de automóveis em nosso mercado, a empresa confirmou uma série de investimentos para retomar seu crescimento no país – de uma forma lucrativa. Para isso, trouxe melhorias com uma reestruturação em sua rede de concessionárias e também vem apostando em dez lançamentos para o mercado, durante esse ano. Mas, a melhor notícia, é que a Ford voltou ao azul.

A empresa norte-americana confirmou, em 2021, que perdia US$ 12 bilhões no Brasil desde 2011, quando passou a operar no vermelho. Apesar de ser uma marca de volume, 85% das vendas da Ford eram de modelos compactos, de baixo lucro para a montadora. Na época, a marca gastou US$ 11,6 bilhões na operação brasileira, sendo que apenas US$ 4,1 bilhões foram gastos com o fechamento das fábricas no país, indenizações trabalhistas, desligamento de maquinários e rompimento de contratos com fornecedores e outros custos.

Em 2022, a Ford perdeu 45,8% das vendas, mas o mais importante é que o lucro retomou, depois de onze anos. "A queda parece alarmante, mas é reflexo esperado da saída do SUV EcoSport e do compacto Ka, que eram modelos nacionais e de volume, do seu line-up", disse Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, ao Automotive Business. “Estamos com operação saudável na região. Isso nos dá espaço para pleitear lançamentos.”, disse o Presidente da Ford na América do Sul, Daniel Justo.

"Mesmo com queda nas vendas, a Ford teve um resultado positivo na região com um portfólio menor formado por veículos de alta margem operacional. Segmentos inclusive que foram menos afetados nos últimos anos com a queda do poder de compra do consumidor e restrições de crédito", disse o Consultor Fernando Trujillo, da S&P Global, também ao site. Até mesmo a queda de produtos que seguiram em linha em nosso mercado, é considerado um movimento natural.



"É um volume considerável puxado pelas demandas das entregas urbanas, que cresceram nos últimos anos. O mesmo já não podemos falar da picape Ranger, que vendeu menos por causa das limitações da rede. Não se pode dizer que no caso da Ranger e da Maverick foi algo ligado à falta de semicondutores. Os volumes são menores, e são veículos importados. A venda caiu também por causa da rede de concessionárias menor, e o consumidor deste tipo de veículo prefere uma maior cobertura", disse David Wong, da consultoria Alvarez&Marsal, ao AB.

“Teremos em 2023 o lançamentos de dez produtos totalmente novos no Brasil, sem mudar o nosso foco em picapes, SUVs e veículos comerciais, com qualidade e tecnologia global. Para a Ford, o nome do jogo em 2023 é crescimento. E, para isso, estamos trazendo esses produtos para competir em segmentos em que antes não estávamos presentes”, disse Daniel Justo, ao anunciar os dez lançamentos que estreiam este ano. A Ford já confirmou cinco trimestres de lucratividade na região, depois de anos de prejuízos.

Das dez novidades, três são da Transit: Chassi, câmbio automático de 8 marchas e a versão elétrica E-Transit. O principal lançamento de 2023 será a Ranger, que ganhará uma nova geração. A Maverick ganhará o conjunto híbrido (HEV) e a F-150 chegou ao Brasil oficialmente. Além disso, o Mustang Mach-E fecha a lista de lançamentos que já foram divulgados. Com isso, sabemos de sete dos dez modelos. Os três ainda não foram revelados, mas pode ser novas versões da Ranger (FX4, Black e Storm não devem ser lançadas junto com a nova geração), enquanto o Bronco Sport pode receber uma nova versão (ou série especial) e o Territory deve ganhar uma nova geração.



Fotos: Ford / divulgação

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