Toyota confirma que nem todos seus carros serão elétricos e descarta combustível sintético

Toyota confirma que vai desenvolver várias frentes de eletrificação e não vai focar apenas em BEVs: “combustível sintético e baterias carecem de evoluções”, diz CEO 



Desde o lançamento do Prius ainda nos anos 1990, a Toyota já possui um largo conhecimento sobre a tecnologia híbrida, que ainda a defende como ninguém. Num mercado que está caminhando para se tornar puramente elétrico, a Toyota segue batendo na tecla de que não vai se transformar em uma marca de automóveis elétricos e que vai continuar apostando em uma linha de produtos eletrificados de várias frentes. Além do híbrido (HEV), a marca aposta em híbridos plug-in (PHEV), híbrido-leve de 48V (MHEV), elétricos (BEV) e movidos a células de hidrogênio (FCEV).

O CEO da Toyota, Koji Sato, confirmou que mudaria a estratégia da marca japonesa ao anunciar um investimento também em carros elétricos, para não perder espaço. A marca também iniciou o desenvolvimento de baterias de estado sólido como uma forma de estar na vanguarda, de alguma forma. “Se superarmos este problema, a eficiência energética será realmente fantástica. Estamos trabalhando nisso, mas ainda precisamos de mais tempo”, disse Sato em entrevista à Autocar. O executivo confirmou que parte dos planos da marca é apresentar cerca de 10 elétricos à venda em 2026.

A marca ainda estima saltar para cerca de 3,5 milhões de unidades ao ano de elétricos até 2030, contra as 26.000 unidades vendidas em 2022, por exemplo. Além dos elétricos, a marca não descarta as vendas de carros a hidrogênio, que também entram nessa contagem. “Isso significa que o momento das medidas pode ser diferente de região para região. Não queremos deixar ninguém para trás globalmente. Não há uma resposta, mas muitas.”, exalta Sato. E a marca entende que sua presença no mercado de elétricos ainda é reduzida e alguns mercados já possuem uma demanda quase totalmente focada em elétricos, como a Noruega.

“Pode ser verdade que a nossa variedade de produtos não seja tão grande quanto a de outras empresas, e entendo por que pode haver algumas críticas sobre isso. Mas se houver críticas, quero ressaltar que não lançaremos qualquer BEV. A Toyota deve criar carros que agreguem valor. Não se trata apenas de números – quantos modelos temos no mercado – mas de quão bons eles são, para os clientes e para o meio ambiente.”, adicionou o executivo. O executivo também deu a entender que a tecnologia de hidrogênio poderia ser melhor explorada, com uma infraestrutura mais eficiente em mercados como Europa e China.



“A Europa e a China têm hidrogénio. Penso que é importante encontrar uma forma de utilizá-lo de forma eficiente, nomeadamente para melhorar a segurança energética. Como Toyota, gostaríamos de colocar ênfase também nesse desenvolvimento. Akio tem demonstrado um carro de rali a hidrogênio [combustão] [um Toyota GR Yaris, no qual ele participou do Rally de Ypres do ano passado]. Quando o chefe da empresa demonstra ativamente esse futuro desenvolvimento tecnológico e mostra que estamos buscando [soluções] para os desafios técnicos, você pode ver nosso entusiasmo.”, adicionou Sato.

No caso dos elétricos, a marca estaria focada em encontrar soluções para as baterias de estado sólido. “A durabilidade ainda é um enorme desafio. Mas se ultrapassarmos este ponto, a eficiência energética será realmente fantástica. Estamos nisso – mas ainda precisamos de algum tempo.”, adiciona Sato. O grande problema dos elétricos foi notado por Gill Pratt, CEO do Toyota Research Institute, que destaca que a indústria como um modo geral ainda não está preparada para vender somente elétricos. Um dos problemas é a falta de suprimentos para a produção destes automóveis.

"Eventualmente, as limitações de recursos acabarão, mas por muitos anos não teremos materiais para bateria e recursos de recarga renováveis suficientes para uma solução exclusiva com carros elétricos. Os materiais das baterias e a infraestrutura de recarga renovável acabarão sendo abundantes. Mas levará décadas para que a mineração destes materiais, as instalações de geração de energia renovável, as linhas de transmissão e as instalações sazonais de armazenamento de energia sejam ampliadas.", destaca Pratt ao Automotive News Europe. Isso explica o fato da marca estar interessada em desenvolver baterias de estado sólido, dependendo menos de componentes como níquel, cobalto e manganês (NMC) e as baterias de ferro de lítio fosfato (LFP).

Em contrapartida, descarta a possibilidade de investir nos eFuels, combustíveis sintéticos: “A energia necessária para os criar significa que, neste momento, não são suficientemente eficientes. Precisamos de mais desenvolvimento tecnológico. Somente se conseguirmos isso é que esta se tornará uma opção realista.”, destaca. Para seu futuro, a Toyota confirmou, recentemente, que vai investir em uma nova plataforma puramente elétrica, junto de iniciativas de desenvolvimento de baterias mais modernas, como a de estado sólido.



Fotos: Toyota / divulgação

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