Lordstown e Karma entram em acordo sobre processo de roubo de segredo nos EUA
Lordstown e Karma entram em acordo judicial sobre roubo de segredo no desenvolvimento da picape Endurance, apesar de estar sofrendo um processo de falência
“O karma eventualmente pega todo mundo” poderia ser uma
frase aplicada a quem comete algo ruim para com os outros. E foi exatamente a
Karma Automotive que entrou com um processo contra a Lordstown Motors, duas
empresas um tanto quanto desconhecidas do mundo. Com sede nos Estados Unidos, ambas
as empresas brigaram na justiça após a Karma dizer que a Lordstown roubou
segredos comerciais para o desenvolvimento da sua picape elétrica, a Endurance.
Tudo isso em meio ao processo de falência da Lordstown, que sofre hoje com a
Foxconn (veja aqui).
A história começou quando a Karma apontou que a Lordstown
teria roubado designs e tecnologias para o desenvolvimento da sua picape
elétrica. O julgamento foi feito pela juíza de falências de Delaware, Mary
Walrath, que temia que a falida Lordstown (por meio da Jefferies LLC, banco de investimento
que a empresa contratou para ajudar a vender seus ativos) pudesse vender todos
os ativos antes de entrar para a história e não deixasse o julgamento tramitar.
A ação começou ainda em 2022, quando a Karma alegou que a rival teria recrutado
funcionários importantes da sua empresa para fundar a Lordstown.
Junto com os funcionários teria ido projetos e seus
conhecimentos. A Karma pediu uma indenização e US$ 913,2 milhões além de taxas
e multas adicionais... para uma empresa que depois decretaria falência. De acordo
com o site Automotive News, a Lordstown negou as alegações, afirmando ter gastado
milhões para desenvolver de forma independente a sua picape e pediu a suspensão
do processo movido pela Karma. Mas, a juíza Walrath autorizou a Karma a seguir
com o processo e o julgamento. Enquanto isso, a Lordstown entrava com processo
contra a Hon Tao Technology Group e a Foxconn acusando danos materiais
irreparáveis.
O processo foi finalizado algumas semanas depois com a Karma
recebendo US$ 40 milhões que serão pagos pela Lordstown pela alegação inicial,
de má conduta por roubo de tecnologia usada em seus sistemas de entretenimento.
O imbróglio jurídico tramitou antes que a Lordstown pudesse vender seus ativos
e foi encerrado com um acordo entre as duas partes. Com isso, ao invés dos
US$ 913 milhões pedidos, o acordo foi encerrado em US$ 40 milhões com um
pagamento inicial de US$ 5 milhões. A informação foi confirmada por meio do site Business Journal Daily.
“Embora os devedores acreditem que as reivindicações da
Karma não têm mérito (e estariam dispostos a se defender contra elas na
ausência de acordo). O tamanho das reivindicações da Karma, somado aos riscos
associados a todos os litígios, cria uma incerteza significativa quanto ao
tamanho total do conjunto de reivindicações dos devedores e às recuperações que
os devedores podem fornecer às partes interessadas. Além disso, os custos
associados ao litígio de um julgamento com júri de várias semanas e à prática
de moções e recursos pós-julgamento, sem dúvida, corroeriam as recuperações.”,
disse a Lordstown em comunicado. O acordo foi aprovado posteriormente pelos
devedores da empresa falida e a juíza dará um tempo para que ela consiga vender seus
ativos e conseguir os demais US$ 35 milhões.
Fotos: Lordstown / divulgação | Karma / divulgação


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