Volkswagen Tarok ou Udara: picape terá plataforma MQB-A0 e pode já nascer híbrida
Volkswagen parece ter ressuscitado projeto de ter uma nova picape intermediária que deve ser lançada em alguns anos e pode nascer já com motor híbrido
O ano era 2018. Onde? No Salão do Automóvel de São Paulo, o
último salão brasileiro realizado. Foi lá que a Volkswagen apresentou a Tarok
Concept (picape azul, mais abaixo) que antecipava o projeto de uma picape
intermediária arquirrival contra a Fiat Toro, que já naquele ano nadava de
braçada no segmento. Mas o projeto não foi adiante e na época chegou a se
comentar que não haveria dinheiro necessário para investir no projeto. Também
na época, era esperado que a picape seria criada a partir da base MQB.
Tanto, que ela parecia um Taos com caçamba. Mas o projeto
entrou na geladeira. Veio a pandemia e o projeto ficou por isso mesmo. A
Chevrolet lançou a Montana, a Ford trouxe a Maverick e a RAM desenvolveu a
Rampage, e a Volkswagen perdeu mais uma oportunidade de entrar em um segmento
que tinha poucos concorrentes. Agora, o projeto parece que foi retomado, mas
mais simples. A picape deve aparecer com a plataforma modular MQB-A0 e é
conhecida internamente como Projeto 247, de acordo com o site Mobiauto. O site
confirmou que o time de engenharia da Volkswagen já trabalha na picape há
alguns anos.
O novo projeto parece nascer a partir do T-Cross, mas com uma relação entre os eixos novamente alongada, possivelmente para 2,80 ou 2,85 metros. Ao que tudo indica, o projeto da Chevrolet Montana de terceira geração foi inspiração para a Volkswagen nesse sentido. Mas isso vai exigir jogar tudo que estava quase pronto para voltar a estaca zero. E isso vai fazer com que a picape possa sair quase dez anos depois da apresentação do conceito, porque é possível que ela seja lançada apenas em meados de 2027. Com a plataforma modular MQB-A0, a ressalva pela demora pode ser a motorização híbrida.
É cotado que se use o motor eTSI, com tecnologia híbrida-leve (MHEV) de 48V. Esse motor deve ser comum a outros membros da linha MQB-A0, especialmente com o T-Cross. Isso porque é muito provável que esse motor MHEV seja o substituto do 1.4 TSI, estreando o 1.5 TSI, que no caso do modelo MHEV deve trazer um ciclo Miller. O câmbio deve ser o automático de 6 ou 8 marchas, dependendo da mecânica. Além de um motor MHEV, também foi ventilado o uso de um motor híbrido plug-in (PHEV), usando o 1.5 TSI com um motor elétrico que juntos, na Europa, chamado de eHybrid, entregam 204cv e 35,7kgfm.
Mas este motor seria muito ilusório para a realidade sul-americana, ainda mais nessa fase inicial de eletrificação da Volkswagen. O motor 200TSI (sim, o 1.0 12v TSI de 128/116cv) não está descartado, mas para uma picape ele pode se tornar inviável – mas há rumores sobre, acredite. Outro rumor ficou com o motor 2.0 TDI, Turbo Diesel, de 180cv e 42,6kgfm, mas esse motor poderia ser usado se a picape mantivesse a plataforma MQB – e lembrando que ela usará a base MQB-A0, mais simples. O motor 1.5 TSI deve ser usado também nas versões a combustão da picape, entregando 160cv e 25,5kgfm.
A Volkswagen já estaria atrás de negociar com seus fornecedores para a produção nacional de baterias e demais componentes para o sistema MHEV, como cabos e outros equipamentos. A picape terá uma suspensão dianteira McPherson com freios a discos ventilados e uma suspensão traseira reforçada, possivelmente com eixo de torção e freios a disco sólido. Essa suspensão deve permitir que a picape tenha capacidade de 600kg e 700kg de carga. O site Mobiauto ainda confirmou que o projeto da picape seria finalizado no segundo semestre de 2023, mas o encerramento efetivo do projeto é no primeiro semestre de 2026.
Com isso, a picape inicia sua bateria de testes e só depois estaria pronta para ser lançada, ou seja, é coisa para meados de 2027. A produção da picape deve ficar em São José dos Pinhais (PR), de onde hoje sai o T-Cross, que é o modelo que a futura picape vai compartilhar grande parte dos componentes. “A estratégia do Brasil não pode ser igual à chinesa, que deu prioridade ao carro elétrico. Acreditamos no motor flex e não está nos planos uma mudança radical, pois aumentaria demais os custos de produção. O flex é um ativo do país e um híbrido desse tipo faz mais sentido.”, disse Ciro Possobom, Presidente da Volkswagen, em entrevista ao Auto Data.
Inicialmente, o projeto chegou a ser cogitado para ser feito na Argentina. Mas isso só aconteceria se a picape mantivesse a plataforma MQB, compartilhando a linha de produção com o Taos. A picape faz parte de um ciclo de investimento de R$ 16 bilhões até meados de 2028. Ao que tudo indica, a nova picape não deve receber o batismo Saveiro. Isso porque, ao que parece, a nova picape ficará posicionada entre a Saveiro e a Amarok. Ela não mata a Saveiro. Para isso, vai precisar de um novo batismo e já há rumores sobre dois nomes: Tarok e Udara.
O nome Tarok é o nome do conceito de 2018 e pode ser usado no modelo de produção (depois de idas e vindas, de acordo com a revista Autoesporte), e Udara, nome que foi registrado em Deutsche Patent und Markenamt (DPMA), o INPI da Alemanha. Na época do registro de patente, rumores davam conta que a picape era chamada de Udara internamente. A picape deve ter preços entre os R$ 120.000 a R$ 180.000, dependendo da versão. Mais detalhes devem ser revelados em breve.
Fotos: Volkswagen / divulgação
Projeções: KDesign / reprodução





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