Retrômobilismo#35: Transição de marcas marcou a história do Simca/Chrysler Esplanada!
Lançado em 1966 ainda pela Simca, o Esplanada veio para tentar salvar as finanças da matriz brasileira. Lançado durante o V Salão do Automóvel de São Paulo, o Esplanada era um sedan mais atual que o Chambord, que ainda tinha as clássicas formas da década de 50, ganhava rivais como Aerp-Willys e FNM JK 2000. Com essas novidades a Simca não poderia ficar para trás e lançou primeiramente o Esplanada, com um investimento pesado conseguiu comercializar o Esplanda por aqui. A situação financeira da Simca não era das melhores e a matriz não estava investindo na filial brasileira que por sua vez mantinha uma linha de automóveis defasada perante a concorrência que surgia, concentrando suas forças nas modificações no propulsor V8 que vinha passando por modificações desde a introdução do Chambord no mercado brasileiro.
Em 1967 a Chrysler assumia a Simca no Brasil e saía de linha o Chambord, além do Esplanda que mudava de família, saindo da Simca para ir para Chrysler. Para isso as mudanças eram mandar lavar todo o piso da fábrica paralisando a produção por três dias e demitir 500 dos 1700 empregados, tudo para colocar em dia as contas da casa. A meta de americana Chrysler era reconquistar os clientes da extinta Simca, com toda a história do luxuoso Chambord em terras brasileiras os problemas de qualidade sempre rodearam seus produtos, boa parte disso arranhou a qualidade e a confiança no automóvel. Para promover mudanças ao Esplanada a Chrysler mandou algumas unidades para a matriz nos EUA para rever esses problemas e acabaram mudando 53 itens.
O motor era o mesmo do Simca o 2.5 V8 Emi-Sul que ganhava um novo carburador de corpo duplo DFV que tinha o mesmo torque de 23mkgf disponível aos 3.300rpm e os 140cv de potência que tinha velocidade máxima de 160km/h, que chegava a essa velocidade com facilidade; Tinha câmbio manual de 3 velocidades. O Esplanada da Chrysler tinha mudanças como novos faróis (duplos de cada lado), grade, friso lateral, e moldura dos faróis. No mesmo ano chegava o Regente a versão mais básica do Esplanada que não contava com itens exclusivos que estavam presentes no Esplanada. Era um carro básico mas digno e não era um "pé-de-boi", sendo apenas uma versão mais simples. Para crescer no mercado a Chrysler lançou a campanha de oferecer 2 anos de garantia ou 36.000km destacando que seu modelo era resistente e confiável.
No VI Salão do Automóvel de São Paulo em 1968 a Chrysler apresentava a versão GTX que era a versão esportiva do Esplanada, que assim como todo bom Chrysler precisava de uma versão esporte que se destacava por ser um câmbio manual de 4 velocidades, uma a mais que o Esplanada e o Regente. O câmbio não era na coluna de direção, mas no assoalho. Apesar de ser esportivo o Esplanada GTX tinha o mesmo motor 2.5 V8 Emi-Sul que rendia 140cv de potência. A diferença da GTX estava no visual que tinha molduras pretas nos faróis, rodas cromadas exclusivas e faixas pretas em toda a lateral, e vinha com cores exclusivas e teto de vinil. No interior as mudanças eram os bancos dianteiros individuais e mais anatômicos separados por um console no centro com um aplique que imitava madeira jacarandá, sem deixar de lado a sofisticação.
A versão GTX era a última novidade que chegava a linha do Esplanada. Em 1969 era apresentado o Dodge Dart que viria a ser seu substituto natural que vinha com visual bem mais moderno e com muitos mais fãs que o Esplanada. Com projeto mais moderno e soluções mais atuais para os novos tempos que viriam, os dois modelos conviveram juntos por um determinado tempo até que o Esplanada/Regente/GTX se aposentaram e seu substituto natural era o Dart e seus derivados. Saiu de linha no primeiro semestre de 1970, vendendo no total 17.449 unidades entre a fase Simca e a fase Chrysler.
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