Guerra nos preços de elétricos começou e deve ditar os próximos anos com custos menores

E é apenas o início de uma guerra de preços para quem faz elétricos mais acessíveis e ainda assim conseguir ser lucrativo – bem-vindo ao futuro elétrico



O início de 2023 ficou marcado pelo início de uma guerra um tanto quanto silenciosa entre os carros elétricos. Não, não é sobre quem tem a maior autonomia. Isso pode ser considerado uma corrida, mas não uma guerra. A guerra ela é um ambiente propagado pelo poderio e hegemonia, que hoje estão do lado da Tesla. Aliás, é a Tesla que iniciou a luta por carros elétricos mais baratos, a medida que componentes como baterias ficam mais acessíveis. E não são só elas que encarecem o preço.

Se os elétricos tem a premissa de substituir os carros a combustão nos próximos anos, as montadoras tem corrido para fazer cálculos, esquemas e economias em escala para fazer esses carros serem mais em conta possíveis. Isso, claro, nos mercados onde a eletrificação é uma realidade que já está batendo a porta com um prazo de validade de alguns anos. Mesmo assim, será interessante analisar como essa guerra ao preço mais acessível vai se desenrolar em outros mercados. Custos de baterias e até mesmo de plataformas específicas para elétricos são conseguem ser 50% menores que alguns modelos atuais.

E isso é apenas o começo de uma realidade. A VAG, por exemplo, centrou na plataforma SSP, que vai substituir as bases MEB, PPE, MLB e J1, por exemplo. A Tesla já quer lançar seu compacto com uma plataforma que é 50% mais acessível que a base atual de Model 3 e Model Y. Essas quedas de preços, além de materiais e produção em escala com preços menores também reflete na busca por se enquadrar em benefícios fiscais. E se o desejo por elétricos começou com a Tesla, foi também a marca norte-americana que queimou parte dos seus preços no início deste ano. Dia 13 de janeiro deste ano, a marca confirmou o corte de preços de US$ 13 mil para o Model Y.



Com isso, o preço do elétrico baixou de US$ 65.990 para US$ 52.990 nos Estados Unidos. No Reino Unido, o mesmo SUV passou de 51.990 libras para 44.900 libras, enquanto o Model 3 sai por 42.990 libras. A partir dela, houve quem seguiu a tendência e quem disse que no momento é inviável fazer tal movimento. Após o anúncio da Tesla, a Ford cortou US$ 5.900 o preço do Mustang Mach-E nos EUA, com o GT passando de US$ 71.395 para US$ 65.495, ainda em janeiro. A versão de entrada Standard agora começa em US$ 45.995.

Na China, um dos maiores mercados da Tesla, marcas chinesas também reagiram. A XPeng foi a primeira a cortar preços, em menos de uma semana depois do anúncio da Tesla. O P7 passou a custar 209.900 yuans, corte de 12,5% no preço anterior. Já o XPeng G3 baixou de R$ 168.900 yuans para R$ 148.900 yuans, 20 mil a menos. “Esperamos tornar os veículos inteligentes mais acessíveis a mais pessoas com preços mais competitivos”, disse um Porta-Voz da XPeng para a Agência Reuters.

Voltando ao território norte-americano, a Lucid também confirmou corte nos preços do Air. O sedã recebeu US$ 7.500 de abate nos preços. “Achamos que nossos clientes ainda merecem um crédito de US$ 7.500 por escolher um EV. Os proprietários do Lucid Air nos disseram o quanto amam este carro, desde a experiência de direção de classe mundial até o design elegante e o interior espaçoso. Com esta oferta por tempo limitado, esperamos colocar o Lucid Air nas mãos de ainda mais clientes, para que eles possam experimentar o melhor por si mesmos.”, disse Zak Edson, Vice-Presidente de Vendas e Serviços da Lucid, em comunicado.



Voltando para a China, a Toyota reduziu os preços do bZ4X, seu primeiro 100% elétrico. Por lá, o SUV médio viu seus preços caírem 30.000 yuans, baixando de 199.800 para 169.800 yuans. A redução de 15% nos preços também foi uma motivação para aumentar as vendas do SUV no maior mercado do mundo e fazê-lo concorrer com marcas chinesas. A Tesla ainda confirmou cortes nos preços dos veteranos Model S e Model X. O sedã recebeu um corte de 5% nos preços e começa em US$ 89.990, enquanto o Model S Plaid agora sai por US$ 109.990, 4% a menos.

O Model X recebeu cortes de US$ 10.000 e parte de US$ 99.990 e chega aos US$ 109.990 na versão topo de linha Plaid. Há ainda quem não consegue pedir menos pelos seus elétricos. A Volkswagen foi a primeira que disse não. “Temos uma estratégia de preços clara e confiamos na confiabilidade. Confiamos na força dos nossos produtos e marcas. Ele disse acreditar que qualquer marca que mudasse os preços para cima e para baixo perderia credibilidade e expressou preocupação de que a VW pudesse acabar presa em uma espiral de preços descendentes que corroeu seu lucro se seguíssemos o exemplo de seus rivais.”, disse Oliver Blume, em entrevista a um jornal alemão.

Em sequência, General Motors, BMW, Mercedes-Benz e Hyundai confirmaram que também não baixariam os preços. “Quando olhamos para o nosso forte portfólio de produtos e o interesse que temos pelos preços que já anunciamos, sentimos que estamos bem posicionados. [Indo para] o primeiro mês do ano, vimos um grande interesse dos clientes em nossos produtos... pensamos, agora, que estamos com preços onde precisamos estar.”, disse Mary Barra, CEO da GM, ao The Verge.



“A Hyundai não tomou nenhuma ação específica em resposta às mudanças nos preços dos concorrentes, mas avaliamos constantemente todo o mercado para garantir que nossos veículos tenham preços competitivos”, observou o porta-voz da Hyundai, Miles Johnson, ao mesmo site. A Fisker, que tenta se firmar no mercado de elétricos, chamou a decisão da Tesla de uma ‘pílula difícil de engolir’. O Fisker Ocean parte de US$ 68.889, Henrik Fisker disse em entrevista ao Dot.La.

“Acho que não precisamos fazer isso porque esgotamos até meados de 2024. Todo mundo vê cancelamentos, mas neste momento não vimos uma redução geral em nossas reservas”, disse Fisker. A Volvo também confirmou que não tem planos de diminuir seus preços, em entrevista com Jim Rowen, CEO da Volvo, para a Agência Reuters. “Não vemos (redução de preços) neste momento. A demanda por nossos (veículos elétricos a bateria) é a mais alta que já vimos, o atraso também. Não temos nenhuma intenção de reduzir os preços.”, destacou.

Depois de negar que mudaria seus preços, a Volkswagen recentemente confirmou que pode rever sua política de preços na Europa. O preço inicial do ID.3, por exemplo, baixará de 43.995 euros para cerca de 40.000 euros. Outras empresas não se pronunciaram até o momento, mas é certo que os preços dos elétricos será um grande fator de competitividade entre as empresas nos próximos anos. A Tesla tem a vantagem, mas a concorrência não parece estar tão distante assim. A conferir cenas dos próximos capítulos. 




Fotos: Tesla, Ford, XPeng, Lucid, Toyota e Volkswagen / divulgação

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